Transfusão de sangue: o que acontece se eu receber um tipo sanguíneo diferente do meu?
Apesar de difícil, não é impossível que um paciente receba o tipo sanguíneo incorreto no hospital. Veja os riscos que decorrem dessa prática O post Transfusão de sangue: o que acontece se eu receber um tipo sanguíneo diferente do meu? apareceu primeiro em Olhar Digital.
Não é segredo que nosso sangue é parte vital para o funcionamento do nosso organismo, uma vez que ele é responsável por diversas tarefas que mantém o equilíbrio do nosso corpo. Por conta disso, saber o tipo sanguíneo é extremamente importante antes de cirurgias ou transfusões.
As transfusões são usadas para aumentar a capacidade do sangue de transportar oxigênio, além de restaurar o volume sanguíneo e corrigir problemas de coagulação, em diferentes situações. De forma geral, as transfusões são seguras, mas as pessoas podem ter reações adversas às vezes, principalmente se o tipo sanguíneo não for compatível.
Para evitar isso, os profissionais de saúde devem tomar muitas precauções antes de começar a transfusão, fazendo a análise de compatibilidade do sangue da pessoa que vai receber com o do doador. A equipe do banco de sangue ainda mistura uma pequena quantidade de sangue do doador com o do receptor, para ter certeza que não vai haver reação.
Contudo, o que aconteceria caso houvesse um erro e a pessoa receptora recebesse um sangue com o tipo sanguíneo incorreto? Veja na matéria abaixo a explicação.
O que é um tipo sanguíneo?
Essa é uma característica determinada por genes, sendo então herdada dos nossos pais. Ao todo, existem quatro tipos sanguíneos principais, considerando os sistemas ABO: A, B, AB e O. Além disso, eles podem ser positivos ou negativos, levando em conta o Rh.
Os grupos sanguíneos são determinados de acordo com a presença de antígenos na superfície das hemácias. Os mais comuns são os antígenos A e B, e uma pessoa pode ter ambos (AB), apenas um (A ou B) ou nenhum (O). Além dos antígenos, o sangue também possui anticorpos que reagem com antígenos opostos. Por isso, uma pessoa com sangue tipo A terá anticorpos contra o antígeno B, por exemplo.
Essa identificação do grupo sanguíneo é extremamente importante, principalmente em contextos como na transfusão de sangue, gravidez, transplante de órgãos e outros procedimentos médicos. Isso porque, se acontecer uma divergência entre o doador e o receptor, pode haver rejeição ao tipo de sangue recebido, já que o sistema de defesa do corpo reage contra tipos de sangue não compatíveis.
De forma geral, pessoas com o tipo O- são consideradas doadoras universais, podendo doar sangue para quem tem qualquer tipo sanguíneo. Contudo, elas só podem receber sangue de portadores com o mesmo tipo. Enquanto isso, quem tem o tipo AB+ são receptores universais, podendo receber sangue de todos os outros, porém, só doam para quem é do mesmo tipo.
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Transfusão de sangue: o que acontece se eu receber um tipo sanguíneo diferente do meu?
A compatibilidade sanguínea é fundamental nas transfusões de sangue e transplantes de órgãos para garantir que os procedimentos serão seguros. O doador e o receptor precisam ter grupos sanguíneos compatíveis, levando em conta não só o tipo A, B, AB ou O, mas também o fator Rh, que pode ser positivo ou negativo.
Como dito anteriormente, quem nasce com sangue tipo A, por exemplo, possui anticorpos contra o tipo B. Sendo assim, o sistema imunológico da pessoa está programado para reagir de forma imediata caso o indivíduo entra em contato com um sangue B. Isso é muito perigoso caso aconteça um procedimento médico como uma transfusão com sangue incompatível.
Além disso, não respeitar o fator Rh tem o mesmo efeito, porque quem tem essa proteína é chamada de positivo, e quem não tem, de negativo. Se uma pessoa negativa receber um sangue positivo, o corpo vai reagir contra a proteína como se ela fosse uma invasora. Contudo, a incompatibilidade de Rh, apesar de grave, não causa efeitos tão severos como os de tipo ABO.
Ao receber um sangue incompatível, a pessoa pode ter reações como calafrio, tremor, insuficiência renal e, inclusive, pode vir à óbito. No pior cenário, pode acontecer uma reação hemolítica aguda, ou seja, as hemácias do sangue que foi doado são destruídas. Se isso acontecer, os médicos precisam interromper a transfusão imediatamente, medicando o paciente com soro fisiológico. O processo tem a função principal de acelerar a diurese, que ajuda os rins a eliminar as hemácias “invasoras”.
Dependendo da gravidade da hemólise, além do soro, o paciente pode precisar de analgésico para combater a dor, antialérgico ou outros medicamentos para aumentar a pressão arterial. Em menos de 24 horas, o corpo vai eliminar todo o sangue errado que foi recebido.
Um dos primeiros sintomas de que a transfusão teve algum problema é a febre, uma reação de defesa do corpo por causa da destruição das hemácias. Depois, o organismo produz substâncias vasodilatadoras. Com isso, acontece a queda da pressão arterial, reduzindo o aporte de sangue e compromete a oxigenação.
Por causa da pressão baixa, o coração bate mais depressa, e aparecem dores no peito e nas costas. A queda da pressão também afeta os rins, que deixam de funcionar corretamente. A pessoa também perde hemoglobina, a proteína responsável pelo transporte do oxigênio, pela urina. Isso pode se agravar para um quadro de insuficiência renal aguda, ocasionando até mesmo a morte do paciente.
Contudo, caso a transfusão incompatível não chegue a essa gravidade, o paciente pode perceber outros efeitos menos sérios, como coceiras no corpo, reações alérgicas e febre isolada. Outras reações que podem acontecer:
As mais graves:
- Sobrecarga hídrica;
- Lesões pulmonares;
- Destruição dos glóbulos vermelhos devido à incompatibilidade entre os tipos sanguíneos do doador e do receptor.
As mais raras:
- Doença do enxerto contra o hospedeiro (na qual as células transfundidas atacam as células da pessoa que está recebendo a transfusão);
- Infecções;
- Complicações da transfusão maciça (baixa coagulação do sangue, baixa temperatura corporal e níveis reduzidos de cálcio e potássio).
São quatro os tipos sanguíneos principais: A, B, AB e O. Eles são classificados pelo sistema ABO, descrito em 1901 pelo cientista austríaco Karl Landsteiner. Além disso, também existe o fator Rh, que pode ser negativo ou positivo. O Rh é um antígeno que pode ou não estar presente nos glóbulos vermelhos.
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