Por que o Pix entrou na mira de Trump?

Jul 17, 2025 - 13:35
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Por que o Pix entrou na mira de Trump?

Na recente disputa econômica entre Estados Unidos e Brasil, com o anúncio de Donald Trump de tarifas de 50% contra o nosso país e a promessa de retaliação brasileira, pode sobrar até para o Pix. O sistema de pagamento instantâneo entrou na mira de uma investigação comercial promovida pela Casa Branca.

Segundo o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), o serviço representaria uma concorrência desleal. Para especialistas ouvidos pela Agência Brasil e pelo G1, este posicionamento tem como objetivo defender os interesses de empresas norte-americanas.

Donald Trump apontando para a frente; atrás, parte da bandeira dos EUA desfocada
Investigação comercial contra o Brasil foi um pedido de Donald Trump (Imagem: Jonah Elkowitz/Shutterstock)

EUA enxergam a tecnologia brasileira como uma ameaça

As críticas ao Pix podem ser explicadas pela concorrência com Whatsapp Pay e bandeiras de cartão de crédito dos EUA. Um dos motivos especulados para a medida é de que o Banco Central (BC) teria favorecido o Pix em detrimento do WhatsApp Pay em 2020. Lembrando que o aplicativo é da empresa Meta, de Mark Zuckerberg, aliado de Trump.

O WhatsApp criou uma forma de transferência de dinheiro de pessoas para pessoas, mas estava fazendo isso fora do sistema financeiro legal. Não estava fazendo com integração com o nosso sistema financeiro. Portanto, escapava da regulação do Banco Central, o que fere regras brasileiras de acompanhamento de transações monetárias. Cristina Helena Mello, economista da PUC-SP

Pessoa com a função do PIX sendo iniciada no celular e várias notas de R$ 100 ao redor do aparelho
Especialistas concordam que sucesso do Pix prejudica interesses dos EUA (Imagem: Saulo Ferreira Angelo/Shutterstock)

O sistema de pagamentos brasileiros também é considerado uma alternativa ao dólar em algumas transações internacionais, o que desagrada a Casa Branca. Ao mesmo tempo, operadoras de cartão de crédito dos EUA podem se sentir ameaçadas com a nova funcionalidade do “Pix Parcelado”, previsto para começar a funcionar em setembro deste ano.

De uma forma ou de outra, o Pix se tornou um modelo de inovação estatal eficiente, que pode ser replicado por outros países, o que representa uma possível ameaça ao domínio de empresas americanas no mercado global de meios de pagamento. Pedro Henrique Ramos, diretor-executivo e fundador do RegLab

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pix
Pix não está sujeito a interferência estrangeira, segundo governo (Imagem: Photo For Everything/Shutterstock)

Governo garante manutenção do Pix

  • Em resposta, o governo Lula iniciou uma análise técnica e política da investigação comercial aberta pelos Estados Unidos contra o país. 
  • A ideia é deixar claro que o Pix é uma operação consagrada, com ampla aceitação popular e sem previsão de mudanças ou possibilidade de interferência estrangeira.
  • E manter um posicionamento firme na defesa de seus sistemas e práticas internas, especialmente no que diz respeito à inovação tecnológica nacional, como é o caso do sistema de transferências instantâneas.
  • O governo brasileiro ainda quer demonstrar que está aberto ao diálogo, mas que decisões sobre modelos de pagamento e comércio interno seguirão soberanamente sob a gestão do país.

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